Pesquisadores avaliam efeitos e mecanismo de terapias alternativas em animais de laboratório
por Bruna Bernacchio
Ricardo Monezi testou o Reiki em ratos com câncer
(Ilustração: Matheus Lopes)
Pesquisas recentes comprovam efeitos benéficos e até encontram
explicações científicas para acupuntura e reiki. Estudos sobre o assunto, antes
restritos às universidades orientais, ganharam espaço entre pesquisadores
americanos, europeus e até brasileiros. Recentemente, a Organização Mundial de
Saúde (OMS) criou uma denominação especial para esses métodos: são as terapias
integrativas.
Reiki
Seus praticantes acreditam nos efeitos benéficos da energia das mãos do
terapeuta colocadas sobre o corpo do paciente contra doenças. Para
entender as alterações biológicas do reiki, o psicobiólogo Ricardo
Monezi testou o tratamento em camundongos com câncer. “O animal não tem
elaboração psicológica, fé, crenças e a empatia pelo tratador. A partir da
experimentação com eles, procuramos isolar o efeito placebo”, diz. Para a sua
pesquisa na USP, Monezi escolheu o reiki entre todas as práticas de imposição
de mãos por tratar-se da única sem conotação religiosa.
No experimento, a equipe de pesquisadores dividiu 60 camundongos com tumores
em três grupos. O grupo controle não recebeu nenhum tipo de tratamento; o grupo
“controle-luva” recebeu imposição com um par de luvas preso a cabos de madeira;
e o grupo “impostação” teve o tratamento tradicional sempre pelas mãos da mesma
pessoa.
Depois de sacrificados, os animais foram avaliados quanto a sua resposta
imunológica, ou seja, a capacidade do organismo de destruir tumores. Os
resultados mostraram que, nos animais do grupo “impostação”, os glóbulos
brancos e células imunológicas tinham dobrado sua capacidade de reconhecer e
destruir as células cancerígenas.
“Não sabemos ainda distinguir se a energia que o reiki trabalha é magnética,
elétrica ou eletromagnética. Os artigos descrevem- na como ‘energia sutil’, de
natureza não esclarecida pela física atual”, diz Monezi. Segundo ele, essa
energia produz ondas físicas, que liberam alguns hormônios capazes de ativar as
células de defesa do corpo. A conclusão do estudo foi que, como
não houveram diferenças significativas nos os grupos que não receberam o reiki,
as alterações fisiológicas do grupo que passou pelo
tratamento não são decorrentes de efeito placebo.
A equipe de Monezi começou agora a analisar os efeitos do reiki em seres humanos. O estudo ainda não está completo, mas o psicobiólogo adianta que o primeiro grupo de 16 pessoas, apresenta resultados positivos. “Os resultados sugerem uma melhoria, por exemplo, na qualidade de vida e diminuição de sintomas de ansiedade e depressão”. O trabalho faz parte de sua tese de doutorado pela Universidade Federal do Estado de São Paulo (Unifesp).
E esses não são os únicos trabalhos desenvolvidos com as terapias complementares no Brasil. A psicobióloga Elisa Harumi, avalia o efeito do reiki em pacientes que passaram por quimioterapia; a doutora em acupuntura Flávia Freire constatou melhora de até 60% em pacientes com apnéia do sono tratados com as agulhas, ambas pela Unifesp. A quantidade pesquisas recentes sobre o assunto mostra que a ciência está cada vez mais interessada no mecanismo e efeitos das terapias alternativas.
A equipe de Monezi começou agora a analisar os efeitos do reiki em seres humanos. O estudo ainda não está completo, mas o psicobiólogo adianta que o primeiro grupo de 16 pessoas, apresenta resultados positivos. “Os resultados sugerem uma melhoria, por exemplo, na qualidade de vida e diminuição de sintomas de ansiedade e depressão”. O trabalho faz parte de sua tese de doutorado pela Universidade Federal do Estado de São Paulo (Unifesp).
E esses não são os únicos trabalhos desenvolvidos com as terapias complementares no Brasil. A psicobióloga Elisa Harumi, avalia o efeito do reiki em pacientes que passaram por quimioterapia; a doutora em acupuntura Flávia Freire constatou melhora de até 60% em pacientes com apnéia do sono tratados com as agulhas, ambas pela Unifesp. A quantidade pesquisas recentes sobre o assunto mostra que a ciência está cada vez mais interessada no mecanismo e efeitos das terapias alternativas.
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